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A orientação positiva e a disciplina são cruciais para as crianças porque promovem o autocontrole, ensinam responsabilidade e as ajudam a fazer escolhas ponderadas. Quanto mais eficazes os cuidadores adultos forem em encorajar o comportamento apropriado da criança, menos tempo e esforço eles gastarão corrigindo o mau comportamento. Especialistas em infância concordam que o uso de força física, ameaças e humilhações podem interferir no desenvolvimento saudável da criança.
Não existe uma fórmula perfeita que responda a todas as perguntas sobre disciplina. As crianças são tão únicas quanto as famílias às quais pertencem. Uma estratégia disciplinar que funciona com uma criança pode não funcionar com outra.
Orientação e disciplina eficazes enfocam o desenvolvimento da criança, também preservam sua autoestima e sua dignidade. Ações que insultam ou menosprezam podem fazer com que as crianças vejam seus pais e outros cuidadores de forma negativa, o que pode inibir o aprendizado e ensinar a criança a ser rude com os outros. Reconhecer os esforços e o progresso de uma criança, não importa quão lentos ou pequenos, incentiva o desenvolvimento saudável.
Ensinar autodisciplina às crianças é uma tarefa exigente. Requer paciência, atenção cuidadosa, cooperação e uma boa compreensão da criança. Também requer conhecimento de seus próprios pontos fortes e lutas com questões disciplinares. Infelizmente, a única preparação para a maioria dos pais é a própria experiência de serem pais. Essas experiências anteriores nem sempre são úteis para criar os filhos.

Estratégias proativas.
O mau comportamento da criança é completamente impossível de prevenir. As crianças, geralmente curiosas e infinitamente criativas, tendem a fazer coisas que os pais e outros cuidadores não esperam. No entanto, existem muitos passos positivos que os adultos podem tomar para minimizar o mau comportamento:

  • Estabeleça regras claras e consistentes;
  • Certifique-se de que o ambiente seja seguro e sem preocupações;
  • Mostre interesse nas atividades da criança;
  • Forneça brinquedos apropriados e envolventes;
  • Incentive o autocontrole fornecendo escolhas significativas;
  • Concentre-se no comportamento desejado, em vez daquele a ser evitado;
  • Construir a autoimagem das crianças como confiáveis, responsáveis e cooperativas;
  • Espere o melhor da criança;
  • Dê instruções claras, uma de cada vez;
  • Diga “sim” sempre que possível e apropriado;
  • Observe e preste atenção às crianças quando elas fazem as coisas certas;
  • Aja antes que a situação saia do controle;
  • Seja encorajador;
  • Dê um bom exemplo;
  • Ajude as crianças a ver como suas ações afetam outras pessoas.

Possíveis razões pelas quais as crianças se comportam mal.
Se os pais entenderem por que seus filhos se comportam mal, eles podem ser mais bem-sucedidos na redução dos problemas de comportamento. Estas razões para o mau comportamento podem ajudar os pais a desenvolver uma melhor compreensão de seus filhos:

  • Testar se os cuidadores cumprirão as regras;
  • As expectativas variam entre a escola e casa;
  • Compreensão inadequada das regras ou se sujeitando a expectativas além de seus níveis de desenvolvimento;
  • Afirmando-se e sua independência;
  • Sentir-se doente, entediado, com fome ou com sono;
  • Falta de informações precisas ou experiência anterior;
  • Anteriormente recompensado com atenção por seu mau comportamento.
  • Copiando as ações de seus pais

O que é disciplina positiva?
As crianças precisam desenvolver habilidades de vida ao longo da vida com o intuito de se tornarem adultos bem-sucedidos. Definimos o termo “bem-sucedidos” da seguinte maneira: cidadãos felizes e contribuintes para o bem de sua comunidade.
Disciplina positiva baseia-se no conceito de que disciplina pode ser ensinada com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem punição, castigo ou recompensa. Esta filosofia apresenta o caminho do meio entre o autoritarismo e a permissividade, resultando em mais de 50 ferramentas para nos ajudar a desenvolver as habilidades que tanto queremos para construir relacionamentos mais saudáveis. É uma filosofia que aposta na firmeza com gentileza para educar os filhos, sem punição, castigo ou recompensa.
A disciplina positiva prega que todas as ações com os filhos sejam pautadas pelo respeito mútuo. O relacionamento não pode ser como um pêndulo, quando se é apenas firme ou apenas gentil.
Se você for apenas firme, só trará a perspectiva de suas próprias necessidades, sendo a ordem a questão mais importante. Esse comportamento pode te levar a um lugar de controle, chamado modelo parental autoritário.
Por outro lado, ser apenas gentil não imprime limites seguros. Nesse modelo, conhecido como parental permissivo, só há foco na criança. Ela pode fazer o que quiser e acaba passando dos limites (que desconhece). Aqui, as necessidades das outras pessoas são ignoradas.

Técnicas disciplinares positivas.
O verdadeiro mau comportamento ocorre quando uma criança opta por se comportar de forma inadequada. Antes de agir, considere estes pontos sobre disciplina:

  • A criança está realmente fazendo algo errado? Existe um problema real ou você está apenas cansado e sem paciência?
  • Se não houver nenhum problema real, libere o estresse da criança;
  • Se houver um problema, vá para a próxima pergunta;
  • Pense por um momento se seu filho é realmente capaz de fazer o que você espera;
  • Se você não está sendo realista, reavalie suas expectativas;
  • Se suas expectativas forem justas, passe para a próxima pergunta;
  • Seu filho sabia na época que estava fazendo algo errado?
  • Se seu filho não percebeu que estava fazendo algo errado, ajude-o a entender o que você espera que ele faça e como pode fazer isso. Ofereça-se para ajudar;
  • Se seu filho sabia que o que estava fazendo era errado e intencionalmente desconsiderou uma expectativa razoável, ele se comportou mal.

Se o comportamento foi um acidente, como fazer xixi nas calças durante o sono, não foi um mau comportamento. Se o comportamento não foi acidental, peça a seu filho que conte os motivos que o levaram a fazer o que fez. Se seu filho tiver idade suficiente, pergunte como ele pode resolver o problema ou corrigir a situação. As crianças se desenvolvem pensando em uma situação e desenvolvendo soluções possíveis.

Saber o que esperar de uma criança.
Às vezes, as expectativas dos adultos podem estar além das habilidades das crianças. As estratégias de disciplina e orientação devem levar em consideração as necessidades específicas e o nível de desenvolvimento da criança.

Do nascimento até cerca de 2 anos.
As crianças precisam de apoio, contato e interações amorosas. Se o cuidador estiver ausente, a criança pode temer que ela não volte. Nesse estágio, as crianças constroem vínculos com os cuidadores. Aprendem a confiar que os adultos estarão ao seu lado quando precisarem. Durante esses anos, as crianças aprendem por meio de seus sentidos e atividades físicas.

Idade 2 a cerca de 6 anos.
As crianças aprendem a linguagem, um pouco de leitura e muitas habilidades sociais. Eles também começam a lutar por mais independência dos cuidadores. Se esses esforços forem compreendidos e incentivados, as crianças começam a tomar mais iniciativas. Durante esses anos, as crianças aprendem explorando, batendo, tocando, misturando, movendo e jogando objetos e fazendo muitas perguntas.

Idade 6 a cerca de 12anos.
As crianças começam a agir com crescente autocontrole. Durante esses anos, eles começam a lançar as bases para se tornarem membros produtivos da sociedade. Eles processam informações e podem tomar decisões complexas. Eles são capazes de seguir regras e aceitar responsabilidades. Eles também desenvolvem uma autoimagem com base em suas experiências e feedback que recebem de adultos importantes. Se esse feedback for positivo, as crianças crescem e se tornam adolescentes confiantes e bem-sucedidos. Se for freqüentemente negativo, as crianças podem se sentir inadequadas e inferiores.

Aprendendo sobre seu filho.
Seu filho é único.
Converse diretamente com seus filhos sobre seus sentimentos e experiências de vida diária. Por meio de interação frequente e positiva, o relacionamento entre pais e filhos é fortalecido.

Referências:
Adams, C. e E. Fruge, 1996. Por que as crianças se comportam mal e o que fazer a respeito. Oakland, Califórnia: Harbinger Publications, Inc.
Baumrind, D. 1996. A controvérsia disciplinar revisitada. Family Relations, 45 (4): 405-414.
Krevans, J. e JC Gibbs. 1996. O uso dos pais da disciplina indutiva: Relações com a empatia dos filhos e comportamento pró-social. Child Development, 67 (6): 3263-3277.
Smith, CA 1993. Disciplina responsiva: Guia do líder, p. 27. Manhattan, Kan .: Kansas Cooperative Extension Service.


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